Solidão que me espreita
não me devora
deixe-me ser quem anseia
e nunca chora.
Solidão,
em silêncio,
dê-me o que almejo,
esqueça-te do pão
lembra-te do antigo cortejo
no qual a sofreguidão se cingia de paixão
e a qual hoje caminha a multidão
em raros lampejos de lucidez
atacando a quem acerta a vez.
Não vá,
acompanha-me,
nunca deixes estar.
Em minha mão sempre há
quem leia "verdade"
hoje eu vos digo
está escrito saudade
de quem eu assassino a cada tórrida manhã
para alimentar-te.
Esqueça-te de meus esquecimentos
seja por vos tratar por "vós" ou "tu"
estejas certa,
respeito-te deveras
e por isso sei que sempre te terei
já que faço morrer a cada noite a verdade
e visto o manto da crueldade
para silenciar minha língua que ainda lembra
que eu disse uma vez, à madrugada, "saudade.
Abraão.
Um comentário:
irmao, hoje eu me vi nas tuas palavras.
hoje acho que acordei assim, mas só acho.
Postar um comentário